sexta-feira, 25 de março de 2011

Saúde: nova alternativa ataca o HIV competindo com o vírus


Pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego, nos Estados Unidos, propõem um novo tratamento para combater a infecção do HIV, o vírus causador da AIDS.

A ideia inédita do bioquímico Leor Weinberger e seus colegas é usar parasitas moleculares que não só competem com o vírus nas células e impedem a infecção, como também passam adiante de pessoa para pessoa quando ocorre a transmissão do HIV.

Os tais parasitas são as chamadas partículas de interferência terapêutica, ou TIP. Elas são versões menores do vírus, feitas de fragmentos inofensivos do HIV. Nas TIPs, os pesquisadores retiram partes-chave da informação genética como, por exemplo, o poder de auto-replicação. Isso significa que, para sobreviver, as TIPs precisam usar o DNA do vírus – ou seja, elas só podem realizar cópias de si mesmas em células infectadas.

Como todos os vírus, o HIV não consegue se replicar sozinho. Ele precisa usar partes da célula do corpo para produzir sua nova “versão”. Como são muito parecidos, o vírus da AIDS e as TIPs usam as mesmas proteínas nesse processo de replicação, o que os faz competir dentro da célula. Como o genoma do TIP é muito mais curto do que o do vírus, ele é sintetizado de forma mais rápida. Isso torna a multiplicação do HIV bem mais difícil.

É importante ressaltar que as TIPs só podem se replicar e serem transmitidas ao roubar esses elementos do HIV. Até que uma célula seja infectada, portanto, as partículas estão dormentes no corpo e podem durar anos em um paciente. Além disso, elas podem também estar carregadas com sequências de genes que impedem o funcionamento do HIV quando este tenta agir.

Para os pesquisadores, as partículas seriam uma aliada às formas convencionais de tratamento e prevenção, e não substitutas. Junto com os retrovirais, por exemplo, elas têm um grande potencial de reduzir os casos de AIDS em pessoas contaminadas com HIV – além de reduzir drasticamente a transmissão da doença (uma vez que diminuem a carga viral de uma pessoa, diminuem também as chances de que, em caso de comportamento de risco, haja transmissão).

Por enquanto, os pesquisadores já conseguiram criar um protótipo bem sucedido em laboratório das TIPs. Mas há questões éticas envolvidas na adoção desse tratamento – afinal, trata-se de algo transmissível de uma pessoa a outra.

No entanto, justamente por passarem de pessoa para pessoa as TIPS conseguiriam penetrar em populações de alto risco que, segundo os pesquisadores, são responsáveis por grande parte da transmissão da doença. Esses grupos, difíceis de serem acessadas pelas autoridades de saúde (como usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo), se enquadram na regra 20/80: 20% das pessoas são responsáveis por 80% das transmissões.

Usando um modelo epidemiológico, os pesquisadores previram que um tratamento com as TIP diminuiria, em 30 anos, o número de infectados na África subsaariana a 1/30 dos atuais níveis.

O estudo foi publicado da PLoS Computational Biology.
Em: 25/03/2011 | Fonte: http://www.diarioonline.com.br

sexta-feira, 4 de março de 2011

MATERIAL DE APOIO PARA AULAS DE MATEMÁTICA APLICADA À BIOLOGIA



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A galera vai pra folia e esquece de estudar. O bicho vai pegar, o melhor é exercitar um pouco entre um gole e outro. Abs e ótimo Carnaval!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Circula na net: Acordar tarde não é sinônimo de "vagabundagem"


Pessoas com o gene da "verpertilidade" têm predisposição para acordar tarde
Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.
O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.
Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.
Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.
O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.
A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.
O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.
O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.
E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.